sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Marternar

Pensando ser a maternidade uma piscina natural de águas calmas e quentinhas, mergulhei. Não demorou para que eu me desse conta de que estava afundando em um mar agitado e profundo, de águas geladas e turvas, com ondas que me empurravam para o fundo e me traziam à superfície, totalmente à deriva. Com o biquíni completamente fora do lugar a que se destinava, me vi exposta a qualquer tipo de olhar e julgamento daqueles que caminhavam tranquilos pela areia fofinha. Mas me surpreendi mesmo, foi com os comentários maldosos de quem estava ali ao meu lado, ainda lutando pra não se afogar. Então, com o passar das marés eu aprendi a, no intervalo de segundos entre uma onda e outra, me deleitar com a brisa quente, o frescor da água e, assim, recarregar minhas energias. Eu afirmo que são esses breves momentos que fazem tudo valer a pena. E talvez sejam eles que tenham feito com que eu saísse da água e, conscientemente, mergulhasse outra vez. Pelo menos, agora de maiô.

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