As vezes eu queria que você fosse como eu sou.
Que gostasse das palavras e escrevesse sem parar.
Passaríamos noites em claro digitando poemas de amor sob a luz de uma vela.
Se pelo menos você gostasse, poderíamos encher a estante de livros e decorar a mesa com jornais.
As paredes seriam pintadas em frases e não mais em linhas.
E aquelas nossas brigas se tornariam verdadeiros romances de novela.
Teríamos caixas de cartas, bilhetes e roteiros de férias imaginárias entupindo os armários.
Se realmente você fosse como eu, não jogaríamos as palavras da boca para fora.
Nosso amor estaria em cada pedaço de papel, como um mapa escrito a mão.
Mas eu sei que você não é. E isso não quer dizer que entre nós exista um ponto final.