terça-feira, 26 de agosto de 2014

Anúncio.

Parecia mais do que um simples aviso, parecia uma certeza absoluta e irrevogável. Ali, no papel aberto ao acaso havia um aviso por entre as linhas, escondido por entre as letras, pairando sobre cada ponto final.

Chorei por não entender, mas, principalmente, por não conseguir aceitar. Afinal, não se aceita o que não se entende. E, para mim, não entender é quase o mesmo que duvidar.

Nunca fui de acreditar nesse tipo de coisa, mas, desta vez, era mais do que sempre fora. Era real, quase físico. Era como uma feixe de vento frio que, de alguma forma, alcança suas costas cobertas e toca sua espinha.

A ausência do saber doía mais que a própria dor. Os relógios passaram a tiquetaquear em marcha lenta. Os dias se arrastaram em lama suja. O sol me secou a alma.

Fiz o que pude: esperei. Pois seria impossível chegar onde quer se seja, sem saber para onde ir.


Vívida.

A razão da vida é o que você faz antes da morte.

Cuidado.

Armada com palavras.
Protegida com ironias.
Sem licença para blogar.

Vá.

Vá, ande. Passe por aquela porta e me esqueça.
Finja que nunca esteve onde nunca foi.
Finja que nunca leu o que nunca escrevi.
Vá, corra. Passe por aquela porta e não olhe para trás.
Finja que nunca sentiu o que nunca entendi.
Finja que nunca viu quem nunca te quis.

Disse.

Distrair. Disferir. Dislembrar. Disacabar.

Bonita.

Colares. Brincos. Pulseiras. Anéis.
E algumas palavras para enfeitar a alma.

Perdão.

Gostaria de ter escrito mais e pensado menos.  
Meu legado são palavras não escritas.
Pensamentos ignorados.
Sentimentos esquecidos.
E todos os sonhos um dia destruídos.

Fones.

Ela precisava da música nos ouvidos para ouvir os próprios pensamentos. O silêncio era vazio, o barulho era cheio. E de vazio, meu amigo, já bastava seu coração.