sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pausa.


O mundo não para. Veio a coca cola. Veio a garrafa pet. Veio o copo com gelo e limão.
Se antes a gente pedia pra vir, agora são eles que se fazem aparecer. A regra é pedir “só o copo” e aguentar de bom grado a cara feia do garcon.
Pra quem aprendeu a ler na cartilha, o mundo é Hi-Tech, Hi-Lo, e a gente fica dando oi sei lá pra quem. Pra ter rede social não precisa largar as fraudas. E o outro mundo já está ai, devorando cada segundo de infância que nos resta.
A tecnologia foi parar na palma da mão de qualquer um. Se orelhão ficasse em casa, virava cabide igual a esteira elétrica que ganhei no último natal.
Não é trem, é metrô. Não é comida, é fast food. Mas já tá tudo tão rápido. Pra que tanta pressa? Será que dá pra sentar com a família e comer em paz? Aé, não tem família. Separou. 
De repente percebi que to precisando tomar um ar. Esse não que ta poluído. Tô precisando do condicionado. É assim que a gente se engana e finge que tá cuidando do aquecimento lá fora.
E ainda tem esse giro 360º. Tudo virado, tudo diferente e errado. Tá me deixando enjoada. Socorro. Alguém me trás uma água com açúcar.
É pra já! Mas sem gelo e limão.