segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Meu primeiro texto para o Fábio.


Não tem mais aquela ânsia de esperar você ligar. Não tem mais as mensagens surpreendentes durante a madrugada, nem as conversas melosas no computador. Minhas piadas já não te fazem gargalhar tanto assim. Eu sei exatamente que horas você vai me ligar e você sabe que, como sempre, eu não vou atender porque dormi no sofá assistindo a um programa qualquer – mas você continua ligando. Eu não tenho mais medo de conhecer a sua mãe. Aliás, é com ela que eu mais converso quando estou na sua casa. Viu? Eu até já conheço a sua casa, a antiga e a nova. Eu sei onde você gosta de ir e quando você vai fazer cara feia para o convite de um amigo. Não é que você não saiba disfarçar, mas eu sei. Você não pega mais o trem pra me encontrar no meu horário de almoço e ganhar um beijo escondido na porta da loja, mas a gente come pizza toda sexta-feira e eu tenho um sabor favorito pra comer com você. Não tem mais aula da faculdade pra gente comentar e você está lá, todo lindo, no meu álbum de formatura. Agora é diferente. Tem uma roupa minha na sua casa e você fala sem medo o quanto eu engordei desde que larguei a academia pela vigésima vez (enquanto eu brigo pra você maneirar na academia). Mas hoje eu estava sentada no trem, olhando pela janela e sorri ao lembrar do seu sorriso. Pois é. Eu suspirei pensando nas covinhas que a sua bochecha faz quando você sorri. E depois eu lembrei dos seus olhos, com seus cílios enormes. Eu adoro quando você me olha meio de canto, com os olhos meios fechados. Eu não sei explicar o porque, mas eu adoro seus olhos. E tem as pintinhas branquinhas na sua boca e eu reclamando do seu bigode me espetando. Quer saber? Até do seu bigode eu gosto. E posso jurar que a sua barba tem cheiro de amor. Do meu amor. É legal como agora eu penso em você e sinto paz. Parece que toda aquela ansiedade virou certeza. Mas não a certeza de quem se acomodou. É uma certeza deliciosa de ser correspondido. Já reparou que hoje o nosso “eu te amo” não tem o mesmo significado do primeiro? O primeiro era paixão. O de hoje é um voto de confiança, um olhar de admiração, um abraço reconfortante, um beijo apaixonado, um convite para sonhar e realizar juntos. Porque eu quero me lembrar do seu sorriso, das suas covinhas e dos seus cílios gigantes em todas as minhas idas e vindas, todas as vezes que a vida me permitir olhar pela janela. E também quero continuar tendo essa certeza de que você espera meu sorriso de volta, com a mesma emoção que um dia eu esperei você  me ligar.

PS: Hoje o meu “eu te amo” quer dizer que você me faz feliz. E é assim que eu quero continuar. Pra sempre.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O viajante feliz.

Era uma vez um homem que gostava de viajar. E foi neste mesmo dia, há muitos anos atrás, que sua aventura começou. Imagine você que ele veio a este mundo, sem nada conhecer, trazendo apenas a esperança e a vontade de crescer, amadurecer e formar uma linda família. E ele conseguiu! Se tornou um homem bom, corajoso, forte e, depois de se tornar pai duas vezes, ainda pode conhecer seus quatro netos, sempre ao lado de sua amada. Então, chegou a hora da despedida pois o homem precisava continuar sua viagem. E, desde então, aqueles que tiveram a honra de conhecer este viajante tão especial aproveitam esta data para se lembrar dele com muito carinho e agradecer pela oportunidade que ele teve de vir a este mundo. Afinal, a saudade não supera o amor. E um bom viajante nunca diz “adeus”, apenas “até logo”.

(Minha homenagem ao meu avô, o eterno aniversariante do dia 19 de dezembro.)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Você.


Me conta onde tem alguém assim igual a você? Do tipo meio louco, meio lindo. Entre o confuso e o ansioso. Alguém que sinta igual a mim. Com aquela sua mania de  buscar sinais em tudo. Sabe como é? Então diz que existe mais alguém assim. O que eu preciso é que esse cara complete minhas frases com imagens e depois dê uma gargalhada bem gostosa. Assim, igual a sua. Ah, já sei, você tá achando graça, né?! Então pergunta pra sua mãe se não tem outro igual lá de onde você veio. Um amigo, um primo. Eu quero alguém igual. Nem mais nem menos que você. Então eu vou abraçá-lo todos os dias com a certeza de que ao meu lado está o melhor de você que posso ter. Me ajuda?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Hoje.

De saco cheio do mundo, colocou o pouco que tinha na bolsa, dobrou as poucas sacolas que encontrou pelo caminho e foi buscar sua bagagem de vida.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A partida.


Sentimento tão confuso essa tal de saudade
Numa hora causa espanto, na outra vem com humildade
Se quisesses tu me amavas, susurrou ela ao coração
E ele, com cara feia, foi logo dizendo não
Vai-te embora pra bem longe, eu nunca vou te procurar
E ela, sem saber pra onde, resolveu que nem pensar!
Eu já disse que não gosto, que não quero e ponto final
Mas acontece que se eu for, esse vazio será meu mal
E do que é que tens medo, com esse tamanho e essa idade?
Esse vazio de que tenho medo, é de mim mesma: a saudade

O anúncio.


Ah primavera! Sempre tão gentil. Das flores, do orvalho, das cores mil.
Fez brotar na terra, chão sem fim, o tapete verde da casa do mundo.
E de tão alegre, no céu se viu um pássaro, que com seu canto dizia tudo.
- Ela chegou, e não vem sozinha, trouze o sol e o calor!
Mas o que ele não sabiam é que, com ela, vinha o amor.

O mundo.


Foi rodando, rodando, rodando. Que nem peão depois que acaba o barbante. Viu o céu, espiou a grama, ouviu um pássaro ao longe, sem saber a direção. Quando parou, caiu no chão. Não sabia quem girava mais, se ela ou o mundo. Ordenou que parasse, pediu para descer, mas o mundo não ouviu. E continuou rodando. Continuou vendo, continuou espiando e continuou ouvindo. Sem saber ao certo o que, ou de onde, o mundo continuou sorrindo. E rodando, rodando, rodando.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Um canto no conto.


Era daquele tipo que arrancava muitas risadas e nenhum suspiro. Sempre o mais. Mais engraçado, mais simpático, mais divertido, mais amigo. Aliás, era geralmente o melhor amigo. Dos caras e das meninas afim deles. Era cupido sem querer. Usado e deixado de canto. E foi num desses cantos que a conheceu. Sentada quietinha. Essa era um verdadeiro doce. Sempre a melhor. Melhor em matemática, melhor em passar cola, melhor em ouvir o desabafo das amigas. E também era boa o suficiente para ficar do lado delas, enquanto essas conversavam com seus pretendentes, afim de despistar a mamãe. Estava sempre dando uma força pro cupido. Mas dessa vez, era ele quem precisava de uma ajudinha. E não se sabe quem foi que atirou a flecha, mas os dois descobriram que também tinham seu lugar no mundo. E naquele canto, eles foram felizes para sempre.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Chegado e partido.

Ele chegou pensando em partir, o seu coração.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Constatando.

A distância pode até ser amiga da saudade. Mas é irmã do esquecimento.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Respiro.


É por ti que inspira amor que eu estou a suspirar.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Mania.


Eu conheço minha vontade de escrever. Ela tem manhas e pirraças. E quando eu pego o papel e a caneta na mão, as palavras, com medo do branco infinito, saem correndo em todas as direções. Eu invento lacinhos, bolinhas, balões. Mas é só quando os desenhos ocupam a folha que eu me viro para o lado e as palavras saem, apertadas, esmagadas conta um teclado encardido. Dá pra contar as letras nas pontas dos dedos. As idéias vão pra tela, e a tela vira um texto. Já os desenhos, meros pretextos, seguem lixeira afora, esquecidos e não menos importantes do que já foram há trinta minutos atrás.

Musical.


Se a mente dela fosse uma caixa, seria uma caixinha de música.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Alô.


As vezes parece que foi ontem. Eu sentada no cantinho do sofá e sua voz do outro lado do telefone, dizendo que me amava. Ah! Aquela menina ingênua e tola… Pensava que sabia de tudo! Disse que era apenas um engano quando você queria ouvir que era o cara certo. Mas entenda: você era o cara certo. E eu tão presa naquele sonho errado… Então hoje eu ouvi sua voz. E tremi quando soube que era você do outro lado. Desta vez não pude responder pois não havia telefone. Só este fone estúpido com um fio que não leva a lugar nenhum. E, se interessa saber, a resposta de hoje seria diferente. O problema é que você já desligou.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

História.

Nosso amor mora na ausência.

Inquieto, secreto e calculado.

Sem toque, nem beijo.

Ou príncipe encantado.

Pétalas de um amor ao vento.


Bem-me-quer. Minha avó me disse que a margarida nunca mente. Mal-me-quer. Então estou pensando em você. Bem-me-quer. Quero saber se você gosta de mim. Mal-me-quer. Estou com medo. Bem-me-quer. Você vêm vindo em minha direção. E ainda é bem-me-quer enquanto a margarida voa para longe. Eu fecho os olhos e você me roda pelo ar num abraço apertado. O tempo parou naquela pétala até quando a gente quiser. Com ou sem margarida.