segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Cadê?

Procura-se um namorado que perdoe atrasos e esteja presente em todas as horas.

Gentilmente

Hoje pela manhã meu celular me convidou gentilmente a tirar uma soneca. Por educação eu aceitei.

Amores

Tem aquele amor de amigo, que num sorriso vira amor.
Querer bem sem estar junto.
Querer estar junto mas não querer bem.
Tem amor que dá coragem de voar da janela do prédio.
E tem aquele que faz perder o ar.
Tem gente que tem medo de amar.
E tem gente que ama todo mundo.
Conheço amor pra vida inteira.
E também conheço amor que é só mais um na vida.
Amores inesquecíveis, marcantes.
E até mesmo insignificantes. Mas que um dia foram amores.
Tem amor que é paixão. Paixão que vira amor.
Já vi amor que queima de desejo. Ou cheio de carinho.
Amor que acaba, que passa, que muda de coração.
Tem amor que sente ódio. E que chora.
Amor que sorri o tempo inteiro.
Que vira amizade. Amor de melhor amigo.
Amor de família. E que não acaba nunca.
Amor além da vida. Amor além de tudo. Amor além do amor.
E tem você.

Blá

O que tem dentro da sua cabeça?
Porque as moscas voam?
E morrem
E dormem
O sono daqueles
Que voaram
Que sonharam
Porque os peixes nadam?
Nadam
Nada
Nada muda
Sempre parados
Presos
Afogados
Porque o tempo passa?
As nuvens
Espessas
Pesadas
Chovendo
Porque a gente ama
E ai voa
E ai nada
E ai, um dia chove
E tudo acaba.

Embolando

Tem criança que bola plano mirabolante pra brincar até mais tarde. Tem adolescente que bola ideia pra fugir da aula. Tem cara que bola desculpa esfarrapada pra enganar a namorada. Tem publicitário que bola campanha publicitária. Tem jogador que domina a bola no pé. E tem sempre o pessoal que bola uma festa legal. Ai vem a galera gente boa que não embola, que é pra não ficar bolado. E nesse bolo de gente, a bola da vez é bolar um bem apertado.

Bom dia

Quando abri os olhos naquela manhã, senti que amava. Não sabia o que, mas amava. Talvez a vida, as cores, as palavras. Eu exalava amor. Suspirava paixão. Paixão de estar amando. O coração se debatia dentro do meu peito rasgando tudo ao redor. Quase que não cabia em mim. Era amor demais. Acabou quando te vi. Olhando pra mim. E tudo estava errado. Você virou as costas e levou meu coração.

Criança todo dia

Vou ser criança quando eu crescer.
Do nascer do sol ao escurecer.
Acordar de pé no chão, e depois ir a lua.
Descobrir o mundo e jogar bola na rua.
Aprender o que já sei e o que não quero saber.
Paquerar da escola e brincar de me esconder.
E na hora de dormir, entre estrelas e histórias.
Vou saber que a infância não ficou só na memória.

Pretérito do Passado

Acredito que o meio justificou o fim.
E assim foram ambos: patéticos.
Na mão esquerda ele segurava o cigarro, como era de costume durante as conversas ao ar livre na hora do intervalo de aula
Ela sentada na mureta balançava os pés como uma criança e avistava os carros que passavam a correr na avenida ao lado
Pareciam dois estranhos. Estranhos conhecidos.
Ela sabia o que ele queria. Ele sabia o que queria.
Eles fingiam não saber. Não queriam mais o mesmo.
Ela pegou a bolsa, agarrou seus sonhos e foi embora.
Ele e ela nunca mais se viram.
E o fim, esse sim, fez jus ao meio.

Estranho

Quando estou com ele é como se o conhecesse mais do que a mim mesma. Eu posso sentir sua respiração. Adivinho suas palavras. Conheço sua risada mais tímida.
Quando estou com ele é como se ele me conhecesse mais do que eu mesma. Ele sabe o que me dizer. Sabe onde tocar. Ele sorri.
Quando estamos juntos o mundo para. Conhecemos um ao outro e é isso que importa.

Gigi

Todas as manhãs Gigi devorava sonhos.
Recheados de desejos e sensações.
Saia de casa com uma bolsa do tamanho de suas esperanças, cheia de curiosidade.
Enchia os ouvidos de musica e o coração de paixões.
Conhecia um mundo novo a cada passo.
Ela sabia o que iria encontrar a cada instante e, ainda sim, cada instante era uma surpresa.
Gigi não procurava por nada. E encontrava de tudo.
Namorava amores, beijava paixões.
Pare ela o dia poderia ter 24 horas. Ou mais. Ou menos.
Ela era dona do tempo.
Dona de seu destino perfeito.

Conselho

Odeie o que está escrito.
Ame o que foi apagado.
Apague o que nunca será consertado.

O Plano

Pode deixar, planejei tudo. Terminamos o namoro agora. Você ainda é novo, eu ainda quero viver muita coisa. Dois anos de convivência... Ah! O que são dois anos? Superaremos. Tiraremos as alianças em casa para não ter chororô. Você sai por aquela porta e não me liga. Apaga meu telefone agora pra garantir. Pode ficar com os presentes, mas guarde as fotos e cartas bem escondidos. Você vai sofrer. Vai começar a namorar aquela menina que conhecemos. Você vai querer me esquecer e ela vai estar a disposição. Vocês não combinam e vão brigar muito. Aguente. Não fale de mim ou ela vai ficar brava. Talvez ela mesma fale de mim porque tem ciúmes e vai querer ter noticias minhas. Ignore-a. Termine o namoro. Continue estudando. Entre na faculdade. Vá morar naquela cidade longe, cheia de festas, bebidas e mulheres. Amadureça. Conheça pessoas, lugares. Mude suas opiniões. Tome alguns porres. Tome muitos porres. Sairemos algumas vezes. Vamos ficar juntos algumas noites. Trocar carinhos como na época que namorávamos. Vamos sentir saudades. Vamos viver com essa saudade. Você vai conhecer outra menina. Não vai querer ficar com ela. Você não consegue trair o que sente por mim. Mas você vai ceder, se apaixonar. Vai me contar com medo, confuso, talvez tímido. Não vamos mais nos ver. Você vai namorar alguns anos, talvez ficar noivo. Ela será tudo na sua vida. Até que um dia, sem mais nem menos você se verá sozinho. Vai perceber que com ela também não deu certo porque você ainda me amava. Vamos nos encontrar, em uma irônica coincidência do destino. Talvez em outra cidade, ou outro país. Estaremos diferentes. Mais velhos. Talvez mais maduros. Apaixonados. Vamos conversar horas a fio, como se não nos víssemos a apenas algumas horas. Vamos até a sua casa onde haverá uma caixinha escondida em um canto com nossas lembranças. Minha aliança estará pendurada em uma corrente em meu pescoço e a sua, dentro de um saquinho esquecido pelo tempo. Nos beijaremos. Ficaremos confusos. Estaremos entregues as artimanhas e caprichos do destino. E teremos a certeza de que nosso amor é para sempre.

Saia.

Quem é esse saidinho?
Saiu da barra da saia da mãe.
Foi procurar um rabo de saia.
E quando eu saio na rua, também quero que saia.
Jogo logo meu sorriso, ele olha a mini-saia.
Me joga sempre uma cantada que da cabeça não saia.
Agora entrou no meu mundo, peço a ele que saia.
Saia da minha cabeça! Saia! Saia!
E se com ele eu não sair, ele que não saia.
Porque amo esse saidinho.
E do coração dele não saio. Nem que saia. Nem de saia.

Sem conteúdo

Estavam eu e ele.
Eu sorrindo, ele sério.
Eu sempre rindo, ele vez ou outra esboçando um sorriso tímido.
Encostou no meu joelho, eu queria beijar-lhe a boca.
Tentei trocar duas ou três palavras.
Ele tão mudo quanto uma porta.
Pensei o que se passava em sua cabeça.
Percebi que não se passava nada.
Beijei-lhe a boca.
Fui procurar alguém pra conversar.

Ainda lembro do seu sorriso.

Você sorria quando me via.
Abria o maior sorriso do mundo.
Seus olhos brilhavam com seu sorriso.
Eu perdia o chão. Meu coração disparava. Meu corpo adormecia.
Ah! O seu sorriso...
Quando se fechava o dia virava noite.
Ele era do tamanho do nosso amor.
Ainda lembro do nosso amor.
Ainda penso no seu sorriso.
Gostaria que você estivesse aqui.
Sorrindo pra mim.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Minhas três amigas

São três amigas importantes
uma bem pequena
todas elas
com um coração gigante

quando tropeço elas me seguram
mas quando me esqueço
ai de mim
elas emburram

eu sinto que amo
cada uma de um jeito
sem reclamar
nem por defeito

quando posso
espero pra ver
e se te importa
não quero perder

seremos amigas
enquanto eu viver.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Grafismos

Os gráficos sobem, descem, pulam e giram.
E você aí parado.

Poeminha

Ódio
deixa
curto
amor

Amor
deixa
vida
longa

Coisas da vida

Hoje tive uma conversa esclarecedora, no escuro.

Você

Quando te encontro
Conto os segundos
Somo os minutos
Me arrasto nas horas

Quando te ouço
Caminho nas águas
Suspiro no vento
Derreto de amor

Quando te vejo
Meu peito se agita
Minha alma se perde
E meus lábios te encontram

Faltando

Da falta de mim, dei falta do mundo.

No escurinho

Levou ao cinema
Mas o beijo não deu
Caiu a pipoca
E a tela escureceu

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Lição de Vida

A garrafinha sobre a minha mesa está metade cheia.
É assim que se encara, você sabe, uma garrafinha.

Eu não sei como será meu futuro.

Talvez eu me torne uma grande empresária, ou uma dona de casa, mãe de cinco filhos. Quem sabe não acontece uma guerra e eu encontro a solução para a paz mundial. Eu não sei.

Pode ser que eu perca o medo de dirigir, o medo de escuro, o medo da morte. Posso fazer aulas de teatro, voltar a dançar, aprender mandarim. Talvez eu plante uma árvore, escreva um livro, assobie uma música. Porque não, tropeçar em um bilhete premiado da loteria? Eu realmente não sei.

Há quem diga que eu vou conhecer o mundo, ou comprar uma casa e viajar para a praia nas ferias da crianças. Talvez não haja crianças, nem casa, nem marido. Talvez as férias nunca cheguem. O que eu sei, é sempre haverá sonhos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dez

Eu nasci dez anos antes, ela dez anos depois.
Era pequenininha, cabia nos meus braços.
Hoje zomba de minha altura, veste as minhas roupas.
Encontramos o amor de prima, amiga e irmã.
E mesmo estando longe, eu torço por ela.
Como uma fã, enquanto os anos passarem.

Segredinho

Quanto maior o coração, melhor o abraço.
Daqueles que eu encosto no seu peito e suspiro.
Ai, a gente se encaixa.
É uma maneira de agradecer por você estar aqui, de coração e peito aberto.

Chega!

Tenho orgulho.
Ferido, mutilado, estraçalhado pelas suas palavras.
A gente não escolhe como as coisas começam, mas define como elas terminam.
Vamos definir um final feliz, ok?

Pequeno milagre

A vozinha vinda do quarto era triste e solitária.
- Meu Deus eu não sei como tirar esse aperto do meu coração – disse a menina com os joelhos encostados no chão e as mãos entrelaçadas na beira da cama.
- Então reze minha filha. - Foi o que saiu do lado da porta.
E foi assim que a voz de seu pai humano, ganhou poder para que ela alcançasse o divino.
No dia seguinte um milagre aconteceu, a menina voltou a sorrir pois tinha os melhores pais do mundo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Formanda

Enquanto esteve lá, ocupava todo o espaço.
Os dias, as horas os segundos.
Deixou os livros espalhados pelo quarto.
Era dona dos amigos, das risadas, das novidades.
Tudo tinha cheirinho de carro novo.
Na verdade, muita coisa mudou.
Mudei de ano, troquei de sala, mudei de amor.
Restaram fotos, lembranças e a certeza de um tempo bom.
Alguns se foram, outros ficaram sem dizer adeus.
Os dedos ganharam anéis, os pés ganharam caminhos.
Num piscar de olhos, chegou ao fim.
Com gavetas vazias e a alma cheia de alegria.
Afinal, tudo se tornou novo, de novo.

Trânsito de idéias

"A gente sabe que cresceu quando nossos sonhos viram planos."
Foi a conclusão a que chegamos, ali parados no farol vermelho.
E percebemos que, na verdade, a luz verde há muito já estava acesa.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Catracável

Todos os dias ficamos atracados.
Na hora marcada, no ônibus da escola.
É um tal de enrolar bolsa que derruba até caderno.
Eu desço no ponto, a ponto de chorar.
E a catraca continua lá, atracando quem passar.

Pontuado

A voz dele já não soa como antes. Entra por um lado e respinga pelo outro. Em minha mente ficam pingos nos “is” e pontos de interrogação deixados para trás.