terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O planeta pede socorro.

As pessoas são como os lagos. Ninguém sabe o que tem no fundo, até que falte água.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Confiante.

Na escola a gente aprende tanta coisa que acaba esquecendo de boa parte antes dos 21. Mas tem uma coisa que ninguém jamais vai esquecer: o ciclo da água.

Ai você cresce e pensa: “Legal, eu já sei de onde vem a chuva e não consigo nem escapar de uma enchente.”

Mas fique tranquilo. O que a tia da pré-escola queria mesmo que você soubesse é que a confiança é uma nuvem. E o ciclo da água é apenas mais uma representação dos seus relacionamentos.

Pois imagine-se em pleno verão. Seu coração é o céu que brilha azulzinho, bem limpinho, deixando que o sol lhe ilumine de maneira intensa e quase cansativa.
Você está cego pela certeza de que o que o importante é curtir. Na verdade é até bom não enxergar nada, porque você só quer sentir.

Ai, como um relâmpago – tudo bem, não tão rápido – você cansa do sol e a sombra parece uma boa idéia. E sabe o que acontece quando você chega na sombrinha, todo confiante? Tem alguém lá. Alguém que realmente deixa aquela falta de sol bem mais legal.

Esse alguém novo faz aquele velho céu lá fora ficar ainda mais brilhante com raios de sol e faíscas por toda a parte. Você até pensa que não fazia sentido nenhum ficar tão exposto assim!

Bom, vamos andar logo com isso. Você conheceu melhor essa pessoa e pronto, surgiu a nuvenzinha lá no céu azulzinho. A nuvem que você já sabe o que significa, porque depois de alguns encontros e beijinhos você criou um certo nível de confiança.

Papo vai, papo vem, o tempo voa como nunca e o céu ganha uma nuvem cada vez maior. Ela fica cheia, gorda e já impede que alguns raios de sol cheguem a você. Consequentemente, sua visão começa a ficar mais nítida, as coisas fazem mais sentido e o sentir torna-se muito mais especial se aquela pessoa está por perto.

E a nuvem? Ela cresce, cresce e fica lá, em cima da sua cabecinha, afastando os pensamentos bobos e o ciúmes burro. Até que, um belo – ou feio – dia, uma brisa de desconfiança sopra naquele céu onde tudo corria muito bem. A brisa vira um vendaval e começa uma verdadeira tempestade que destrói a nuvenzinha. Toda confiança vai embora, bueiro abaixo.

Os raios de sol começam a embaçar sua visão e o sentir volta a ter uma intensidade maior que o pensar. O ciúmes toma conta de seu coração e, além de pensar em certas besteira, você acaba por fazer algumas outras.

Agora, vamos voltar para a tal aula da tia da pré-escola. Como você deve se lembrar, estamos falando de um ciclo, que não termina nem se interrompe.

Pois é meu amigo. Com muito amor você pode formar sua nuvenzinha novamente e torná-la ainda maior do que antes. O segredo não está em nenhum caderno e não caiu na prova.
Basta aquecer os abraços de perdão, para que todas as mágoas derramadas possam evaporar e em seu lugar nada mais reste, do que um mar de amor, quem sabe, levemente salgado de lágrimas.